14 julho 2009

O Rei desnudo


Infelizmente, perdi o show de Roberto Carlos no Maracanã. Por não ter a possibilidade de comparecer ao Maior do Mundo, resolvi desapegar e nem sabia que a Globo iria passar a apresentação, logicamente com aquele delay mandrake e os cortes de sempre. Fiquei sabendo via imprensa - que, diga-se de passagem, preferiu destacar que VIPs resolveram não tomar chuva - do momento de maior emoção do espetáculo. Para muitos, mais uma repetição da cena que há tempos é praxe nos Especiais Roberto Carlos de fim de ano. Para aqueles que têm alma e coração, tratou-se de uma cena histórica.

Roberto, cantando "Amigo", é interrompido por ele, e só ele: Erasmo Carlos, o Tremendão. Parceiros na composição de 50% dos clássicos do cancioneiro brasileiro, a dupla Roberto e Erasmo embalou apaixonados, jovem-guardistas, senhores e senhoras, madames, moleques e idosos. Por tudo isso, Erasmo é a pessoa mais indicada para dizer o que disse frente à multidão que tomou conta do Maraca.

O Pedro Alexandre Sanches descreveu com precisão. Roberto, de forma pouco usual, deixou-se entregar às lagrimas. Talvez tenha se lembrado, num instante, de todo esse meio século de estrada e da participação efetiva e afetiva de Erasmo no troço. Eu vou além, repetindo o que certa vez já disse nos comentários do blogue do próprio Pedro. Erasmo Carlos é uma espécie de elo entre nós, meros mortais, e a divindade real. Da mesma maneira, ele é quem leva a Roberto nossa realidade, porque ninguém é Rei sem ter súditos.

Erasmo foi nosso porta-voz, centralizando ali naquele discurso toda a representatividade das canções de Roberto/Erasmo para o mundo. O baque, porém, foi forte e inesperado, e Robertão ficou nu diante de seu público. O que só prova ainda mais que Roberto Carlos é o maioral.

Aqueles que, como eu, não assistiram ao show, confira abaixo a referida cena. Trata-se de um canalha o sujeito que não se emocionar com isso.


Um comentário:

evaodocaminhao disse...

erasmo é o grande rei pra mim