24 outubro 2008
O quarto poder ou de quatro pelo poder
Acabo de ler no Terra que a rejeição do eleitorado paulistano à Marta é de 50%. Além da notícia ser obviamente manipulada por não trazer o índice de rejeição do Kassab, ela reforça a idéia que defendi aqui desde o começo do pleito: a mídia esteve a serviço do candidato que seu chefe mandou. E o chefe é, explicitamente, o José Serra.
Essa rejeição é resultado de uma campanha intensa, iniciada quando Marta ainda era ministra e que ficou mais forte à medida em que se aproximava a eleição. Mais que uma disputa política, os jornais, revistas e emissoras têm como aliado o grande ímpeto conservador e o preconceito nojento que impera em São Paulo. O paulistano e o paulista médio não suporta que o pobre chegue mais rápido de ônibus do que ele em seu carro (parcelado em 80 vezes). Não tolera que um governo destine suas ações a quem tem menos. Fica indignado ao ter como presidente da república um cara que veio do proletariado.
Com essa base de apoio, fica fácil articular golpes para enfraquecer uma força política que possua viés popular. É fato: o Partido dos Trabalhadores possui inúmeros problemas e muita gente lá de dentro não vale um tostão. Mas isso, ao contrário do que prega a imprensa, não é exclusividade petista.
Também é preciso ressaltar o nível de argumentação daqueles que são "defendidos" por essa mídia escrota. Ao mesmo tempo em que o meu lado faz uso de um discurso fundamentado na análise dos fatos, a grande maioria dos anti-esquerdismo, antipetismo ou anticomunismo parte para a ignorância. Assim, é comum bradarem que petista é tudo bandido, que comunista é tudo safado, que somos cínicos e que queremos implantar uma ditadura do nosso grupelho. São as mesmas pessoas que vociferam, sem nenhum pudor, que preto é ladrão, judeu é filho da puta, mulher nasceu para ser dona de casa, viado tem que morrer, nordestino é sujo e japonês tem o pau pequeno (se bem que isso tem um fundo de verdade).
De qualquer forma, reconheço ser desnecessária a validação do discurso desse pessoal, já que a imprensa coloca tudo isso sob uma roupagem mais elaborada. O principal, porém, é que os jornalistas sabem exatamente a quem servem, e mesmo assim se prestam ao papel mesquinho de atuar em favor do patrão. E o patrão, por sua vez, abre seu veículo de comunicação (e as pernas) para tucanos, demos e toda a casta desprezível desse país consolidarem seus núcleos de poder. E aí eu pergunto: não é politicagem de grupinho?
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Leituras que complementam a idéia do texto acima:
- Blogueiros com Marta: o pessoal do Futepoca reuniu a mídia martista numa bela iniciativa, fazendo o contraponto à covarde atuação da imprensa nessas eleições. O post de ontem está por lá.
- O Azenha fala sobre a responsabilidade de certos "jornalistas" na morte de 8 pessoas, vítimas do falso cenário de calamidade no surto de febre amarela.
- O PHA mostra que a crise econômica está faznedo o PIG gargalhar.
- O Terreiro Grande comprova que o preconceito não se resume às eleições.
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Um comentário:
Companheiro Cláudio, gostaria de contar com seu apoio em divulgar o novíssimo vídeo: “SERRA E KASSAB, A MÁFIA PAULISTA”. Quem não vai gostar é os almofadinhas do "CANSEI" e os neuróticos jornalistas da Folha de São Paulo, Estadão, Veja, Rede Globo, SBT, Rede Record, RedeTV, Correio Brasiliense, O Globo, Jornal do Brasil e O Dia. O endereço do Yuotube:
http://br.youtube.com/watch?v=tOQxrd5JiXc
Um grande abraço, Daniel – editor do blog Desabafo País (Brasil):
http://desabafopais.blogspot.com/
Filiado aos BLOGUEIROS DA MARTA
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