09 janeiro 2009

O golpe petista e a aliança imoral


Este post, em primeiro lugar, irá servir para mostrar a alguns incautos que passam por aqui e, em outros blogues, me chamam de petista na tentativa de desmoralização. Não sou e nunca fui militante do Partido dos Trabalhadores. Sou filiado ao glorioso Partido Comunista do Brasil e defendo a causa comunista.

Feitos os esclarecimentos, vamos ao caso. Tomaram posse na última semana os deputados estaduais suplentes na Assembléia Legislativa que compunham a lista da coligação PT-PCdoB das eleições ocorridas em 2006. As vagas surgiram porque alguns dos legisladores foram eleitos como prefeito no ano passado e, pela impossibilidade do acúmulo, deixaram seus mandatos.

Ocorre que o presidente da casa, deputado Vaz Lima (PSDB), ignorando a ordem da lista, não empossou o ex-petista e agora comunista Pedro Bigardi. Segundo Lima, Bigardi, ao trocar de partido - por conta de incompatibilidade política -, cometeu ato de infidelidade partidária e, assim, perdia sua cadeira para o petista Carlos Neder.

Dois fatos precisam ser levados em conta nesse imbróglio. Primeiro, que o presidente da Assembléia atropelou todos os trâmites para se julgar um caso de infidelidade partidária (que não houve, é preciso dizer, porque Bigardi não tinha mandato quando trocou de partido), agindo de maneira autoritária e impositiva. Segundo, que isso foi resultado de um acordo entre tucanos e petistas feito por baixo dos panos.

O que assustou, mas obviamente não causou surpresa, foi o silêncio midiático. Incrível até, porque a corja golpista aproveita qualquer deslize do partido do presidente Lula para inventar uma crise institucional. Só que a imprensa se viu numa sinuca de bico: denunciando o golpe petista, elevaria o PCdoB. Conclusão? Dos males o menor.

Sem nenhuma moral ou conhecimento de causa aprofundado, digo sem medo que o PCdoB foi apunhalado pelas costas. Justo nós, que sempre mantivemos e mantemos uma aliança fiel e histórica com o PT, sendo inclusive os que mais apoiaram Lula durante todas as crises pelo qual seu governo passou - ao contrário de outros "articuladores" que se esconderam e/ou esconderam coisas. O consolo é ver que o ato de traição explícito e desavergonhado foi feito por um partido que, cada vez mais, se aproxima do que há de mais sujo na esfera político-empresarial desse país, e isso só engrandece o nosso Partido Comunista. 2010 será o xeque-mate e eu, infelizmente, vislumbro um PT cada vez mais tucano e pelego, mostrando, finalmente, a necessidade de se fortalecer o Bloco de Esquerda.

Para saber mais sobre a trairagem, leia o blogue do grande Nivaldo Santana e a matéria do Portal Vermelho.


3 comentários:

Filipe disse...

Mano, depois da traição desses petelóides no caso da reeleição do Aldo para a Câmara, o PC do B deveria é ter chutado essa corja pra bem longe.

Infelizmente a peleguice acometeu o petê desde meados dos nos 90, quando começaram a se maquiar pra aparecer em comício.
E, com o perdão da palavra, o jeferçon estava certíssimo quando apunhalou a cobra. Só que ele mesmo sempre esteve errado, o que não adiantou nada.

Tudo isso é muito triste porque atrasa essa política de merda em mais algumas décadas. Enquanto isso esse estado, esse país vão pra puta que pariu.

Craudio disse...

Vale dizer também que, não fosse o PCdoB, o PT estaria aniquilado nessas eleições municipais.

evao do caminhao disse...

essas alianças do "tudo pela governabilidade" sempre são medonhas